Dias ruins
* Como tantas outras coisas guardadas na alma,escrito em algum lugar do passado ...
"Amor eu sinto a sua falta
E a falta, é a morte da esperança
Como um dia que roubaram o seu carro
Deixou uma lembrança
E a falta, é a morte da esperança
Como um dia que roubaram o seu carro
Deixou uma lembrança
Que a vida é mesmo
Coisa muito frágil
Uma bobagem
Uma irrelevância
Diante da eternidade
Do amor de quem se ama..."
Coisa muito frágil
Uma bobagem
Uma irrelevância
Diante da eternidade
Do amor de quem se ama..."
Nando Reis
Tenho um pequeno baú, e nele sonhos antigos. Tenho uma
mochila com uma escova de dentes e um pente. Tenho oceanos para
mergulhar e redes que tento driblar. Tenho muitas noites e tantas
palavras por dizer. Tenho ninguém para me escutar. Tenho um incêndio
que me consome por dentro. Tenho inúmeros canais de merda para
escolher na TV. Tenho ausências e caminhos escuros dentro de mim.
Tenho um sexto sentido e incríveis poderes de observação.
Assim soube, que quando tentasse nos desvencilhar das
redes, escutaria um Não! Tentando impedir de nadar para longe,
distante do passado que sufoca, muito além das águas circundantes.
Algumas vezes penso que sou um. Outras que estou temporariamente
louco. Quando a taça se partiu? Como pôde tratar assim o que não tinha preço?
Quando criança, vi de relance pelo canto do olho que
existiam muitos mundos. A criança cresceu e alguns mundos se foram.
Não devo mais tocar nisso agora. Hoje tenho uma caixa de lápis de
cor e um papel para desenhar. O que não tenho no momento é inspiração. Já tive um
coelho e sentimentos de menino. Hoje eu tenho um carro e a amargura
de homem. Tenho olhos brilhantes e ferozes. E também um forte desejo
de voar. Mas para onde voar?
Oh, amor, quando finalmente rompo as redes, o oceano
seca e eu me debato sem ar. Noite após noite, o amor se acinzenta,
como a pele de alguém que está morrendo. Seguimos a vida, fingimos
que está tudo bem, mas envelhecemos, e o coração ficou mais frio.
O que aconteceu? Alguém mais aqui se sente como eu me sinto?
Seus lábios se movem, mas não posso mais escutar o que dizem.
Quando criança, tive uma febre e meu corpo inchou como
um balão. Hoje tenho uma imensidão na alma e uma fome insaciável a
preenchê-la. Eu tenho uma janela e uma rua silenciosa para
contemplar. Tenho uma tempestade se aproximando, tenho o fio de uma
navalha afiada me cortando. Apertando como um torniquete, seco como
um forno funéreo. Todas as chamas já se apagaram, mas a dor
permanece. Eu venho em ondas. Eu tenho um barco, o rumo é que por
hora perdi...
Não te assustes, é uma fase passageira, um dos
meus dias ruins...
(da série: Coisas a dizer...
)
(R. Moran)
* todos os direitos reservados ©
Eu não conheço o baú... mas nele sei que guarda o que tem de mais importante: o eterno, o intangível, o inalienável...
ResponderExcluirPor que nunca sabemos onde erramos? Por que somos tão frágeis diante de nossos erros e tão pequenos diantes da vida?
Quisera como você encontrar o rumo... embora, eu não tenha um baú.
beijo enluarado.
Quem é você? Você é um dos escolhidos que nem eu? Seus pensamentos, seu modo de pensar e ver tudo...igual a meus amigos e eu...eu fico feliz em saber que existe pessoas iguais a nós, seus textos são exatamente como eu penso, penso não, vejo...nós vemos a verdade que as pessoas não veem, nós conhecemos a liberdade e a prisão, a verdadeira felicidade e tristeza, quanto mais sabe doria , mais tristeza! Queria poder te conhecer...
ResponderExcluirAss: Serinyos