segunda-feira, 28 de maio de 2012

Canto


Canto

(Da série: Coisas a dizer...)


Canto com desvelo teu nome

espalhando notas ao vento

abrigando dentro do peito

o que nem o tempo consome



Canto somente o que não se pode ver

sílabas etéreas, fluidas como ar

Escorregando em denso mar de prata

perpetuando o desejo de amar.



Canto por ser a última tentativa

da nossa extrema vontade bordando

de mãos atadas, juntas e estendidas

– Ah! Minha alma a ti está cativa.




(R. Moran)



* todos os direitos reservados ©

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Divagações nº 2


Divagações nº 2




Que fantasmas existem a assombrar as noites

da vida dos homens tristes e teus desamores

por entre falsas pinturas e retratos incolores?



Que fantasmas caminham ao longo da sombra

daquilo que se tornou ato de dor – desumano

dos corações que fenecem em vil desengano?


O tempo exaure o desejo, seca a alma

extingue o fogo, apaga definitivo a paixão

deixando um rastro de perda e solidão.



Daqueles que não sabem, não podem amar

que de tão secos, ocos, vagos e desunidos

não encontram da existência um sentido.



Por mim, sigo navegante, isento e livre

deste descaminho de pranto e desta dor

pois a mim só resta viver, desvendar o amor.



(R. Moran)
(da série: Coisas a dizer...)
*postado em Foz do Iguaçu; dedicado àquela que sabe que contra tudo e contra todos existe esperança, um sentido...
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