(da série: Coisas a dizer... para alguém que está por vir)
Tudoaomesmotempoagora...
Quero
Ser. Quero que seja... tudo que são amores, tudo que não fui até
agora, tudo que não passou por minha cabeça e sequer imaginei ser
possível. Cansei de esperar, cansei de pedir, cansei de me cansar.
Que o Agora seja o novo Absoluto; com saber da crisálida que se abre
para um viver de verdades. Que se desdobra aquém das efemeridades.
Quero que
minha vida seja poesia, que seja canto, minério de ferro bruto
banal; por alquimia; duro lingote de metal. Pois que martelos não
duram mais do que bigornas; só o tempo de versarem sobre este até
que se afile em lâmina. Para que em versos sejas transposto em
geométrico aço de navalha. Que corte o ar sem ferir ninguém, sem
doer a quem.
Quero que
esta poesia seja cor, seja luz a te tocares, seja sincera ao
entardecer. Que depois do crepúsculo atravesses noites de soturna
introspecção respeitosa. Que tenhas brilhos de rede os raios de
luar; diáfanos fios que se estendam tais quais mariposas noturnas;
abrindo suas asas para o clamor da madrugada e recebendo filetes de
prata que lhes faltam. Que depois voem diante de teus olhos
incrédulos até se perderem no negror de abóboda de estrelas. Que
teu nome ecoe em meu coração com seu som cortante, que teu fulgor
me abraces além do que sejas bastante.
Quero
cruzar inúmeros caminhos, quero tocar e ser tocado por corações e
almas, por coloridos sutis e desenganos gris. Pois que desenganos me
prestam; balizas a me conduzirem ao imenso interior que Sou. E que tu
cuides de não se perder neste extenso labirinto que é o Todo de
minhas existências. Que busques sintonizar e conhecer cada canto
que acalanto, cada fenda e senda deste caminho. Para que
também não me percas mais. Que me orientes e oriente o Eu que sai
de mim. O novo e o verdadeiro; ambos o mesmo Eu; o que é o teu e o
que é o meu; longe das dualidades, do peso das tradições; na
unidade do acreditar e das aspirações; agora apenas... uma Alma.
Alma que canta que chora que ri que rima. Que explora, exorta o medo,
chama de amigo e com ele caminha acima.
Por
isso...
Que eu
aprenda atravessar paredes
que eu
voe mais e além das redes
Que minha
verdade possa te contar
o que
agora Sou sem nada te falar
Ver o que deve ser visto a descoberto
tua nudez
em meu olhar desperto
com a
doce embriaguez do mar
me ver
contigo a viver um sonhar
O teu corpo no corpo meu
O meu Eu
unido ao Teu
sem
marcas de passada canção
abraçados
em nova concepção
Da luz que emana calor
Do
sentires profundo fulgor
Do Tudo
que agora somos nós
Do Todo
que se faz nossa voz
“Agora tornada uma única voz, em uníssono coro proclama: Amor...”
(R. Moran)
* todos os direitos reservados ©
Ando mais cansaços que vontades...
ResponderExcluirVocê me faz lembrar alguém que já li, mas não me lembro mais quem... Ótimo texto, de beleza pura, sincero! Você juntou palavras como se junta flores num arranjo.
ResponderExcluirUm abraço.
Suzana/LILY
"De todos os amores, apenas o teu não seja em vão"... Nossa!! Você me deixou sem voz! Superou-se mais uma vez! As imagens são lindas... não há palavras pra descrever a beleza do que encontrei aqui. Fantástico!
ResponderExcluirMeu coração de poetisa queria um amor assim...Aff!!
Beijo carinhoso;
Gil
Moran,poesia apaixonada e intensa!Eu simplesmente amei!Linda de viver!Bjs e meu carinho!
ResponderExcluirE desda busca por teu corpo, cheiro, e olhar, não canso,
ResponderExcluirOlá,Moran!
ResponderExcluirNossa...entendo o cansaço, a urgência...mas nem sempre tudo é no tempo que queremos...as vezes a espera nos melhora, nos prepara para então receber o verdadeiro amor.
Belíssima poesia!Um encanto em cada palavra, cada frase!
Que assim seja!
beijos!!!
Tudo de bom!