O Amor
verdadeiro não se compra na esquina. Não é algo de ser achado ao
chão; é muito difícil ser encontrado. O Amor verdadeiro é
atemporal, incondicional aos fatos mundanos, está acima das
convenções, religiões, tratados, leis e dogmas que sejam. Há quem
passe toda uma vida tentando alcançá-lo, e por mais que se esforce,
ele não vem. Pela simples incapacidade de se vê-lo e reconhecê-lo.
Há quem o receba de presente no colo, e por não saber cuidar; ou
não querer entender a superioridade do Amor sobre preceitos e coisas
do homem; o deixa partir para nunca mais voltar. Há quem tenha no
amor uma doentia visão, deturpada por séculos de repressão moral e
sexual e estereótipos de um Deus de desamor.
Tenho
comigo que o Amor verdadeiro tende a acontecer ciclicamente a cada
vida. E as vezes ocorre apenas em um único ciclo. Que não deveria
ser desperdiçado. Acreditar que se sabe muito bem do amor é um
erro. Não se sabe absolutamente nada, ou quase nada, embora se
suspeite algumas vezes em sonho e em outros estados anímicos não
sujeitos a controle. Por isso temos tendências a esquecer o que é um
Amor verdadeiro. Quem dera não fosse preciso se esquecer deste
sentimento, mas que se apropriasse dele tanto quanto possível! No
ser humano comum se encerra tudo que há de mundano, de selvagem
deturpação e caótica visão sobre o amor. No amor se encerra tudo
que há de espiritual, sublime e harmônico em conjunto com a
Natureza divina do homem esclarecido.
Não há
um único ser humano, nem mesmo o mais rude e ignorante, nem mesmo os
idiotas; convenientemente simples; que possam ser explicados em sua
essência se eles não tiverem vivido um verdadeiro Amor. O Amor não
pode ser dividido, separado entre dois polos, tais como o corpo e o
espírito, o santo e o pecador, a justa forma e o descompasso. Ele é
uno. E precisa de suas contrapartes para existir, os dois lados da
moeda que quando unidos são indivisíveis; um que é o homem, o
outro a mulher. Um homem que não necessariamente tenha vindo homem
feito dos bastidores, mas que se fez homem no palco da vida. Uma
mulher que não necessariamente tenha vinda pronta, mas que se formou
sob a certeza da impossibilidade de se existir sozinha e por
consciência almeja sua parte nos bens do espírito. Dos extremos que
se atraem e se unem.
O Amor
não pode ser substituído. Ele é em sua natureza insubstituível.
Não pode ser trocado por algo abstrato como a fé ou a religião dos
homens. Ao contrário do que muitos acreditam, o Amor não é etéreo.
Ele é substância, e por isso precisa de pele, precisa de calor
humano, suor. Algumas almas humanas, singularmente dotadas de
percepção sensível, podem ver as luzes, as matizes e as cores do
amor. E podem também ver como ele é cruelmente rechaçado e atacado
por aqueles que pretensamente o buscam, sob argumentos errôneos de
certo e errado, de bem e de mal. O Amor não tem essa dualidade, está
muito acima disso. E se alguma alma singular chega a exprimir suas
“visões”, então imediatamente a maioria a prende, rotula de
sandices, chama a ciência em seu auxílio, diagnostica sua loucura e
trancafiando-a atrás de muros altos protege a humanidade para que
não ouçam o grito de verdade dos lábios deste insano amoroso.
Estas
almas especiais sabem que o amor é algo substancioso, visível e
palpável. Isto por que eles “veem” através das aparências.
Sabem que o amor precisa de um corpo para manifestar sua essência.
Só assim ele deixa a dualidade, o comum, a abstração e a
trivialidade banal de uma manifestação tosca e sem brilho. Mas há
que se ter cuidado! Quando apenas valorizam a forma, se perdem da
essência pela ilusão manifesta no metal inferior banhado a ouro.
Quando a essência é grande, mas não encontra um corpo oposto que
lhe permita manifestar, ele carece de forma. E não tocando,
beijando, amando, se perde o melhor de sua manifestação divina,
como perola encerrada em ostra perdida no fundo do mar. O que adianta
tanta beleza e valor se não há quem lhe veja, lhe toque? Por isso,
quando dizemos que o Amor é insubstituível, falamos da não
possibilidade de se pretender preenchê-lo com um Amor diverso, como
um amor divino, familiar ou com a
introspecção
estudiosa celibatária de um religioso, asceta, crente ou filósofo.
Por
último, cabe ressaltar que o amor verdadeiro não vê apenas o
invólucro, não vê a casca, mas toda a autenticidade, sinceridade e
beleza interior daquela alma que se apresenta. Vemos o físico, mas
sobretudo vemos a luz interior. O amor verdadeiro chega como um passo
de dança ou como um relâmpago por detrás de milhares de noites,
como movimento de maré que nos inunda aos poucos para que não
sufoquemos, até nos deixar plenos de satisfação e amor. A palavra “Sexo”
vem do latim secare,
que siginifica cortar, separar. Isto explica a divisão entre Homem e
Mulher. Na forma de amar, no fazer Amor, ocorre a junçaõ dos
frêmitos primordiais dos Eus interiores em uma Unidade, e como nas
fusões nucleares dos sóis e estrelas, o amor restitui a nós a
sensação do Ser, algo somente perceptível no instante em que nos
reintegramos ao Universo no gozo d'alma e não apenas da carne. Esse
relâmpago que nos liga entre a Terra e o Céu, que nos une em um
único abraço e quebra a regra onde dois corpos passam a habitar o
mesmo espaço-tempo.
O amor verdadeiro começa onde não se espera mais nada
em troca, onde dá a vida um verdadeiro sentido, onde sabemos que ele
não tem um final feliz... porque o verdadeiro amor nunca se esgota,
nunca se acaba. Penso que Deus brinca conosco ao nos apresentar
muitas pessoas enganadas no amor, para que quando finalmente
encontremos nossa contraparte; a metade que nos falta; saibamos estar
agradecidos. Agradeço então de antemão, a tu que estás vindo.
Neste amanhã descobriremos o verdadeiro sentido de amar, ato sublime
que fará de nossas vidas expressão máxima do viver.
(R. Moran)
Nov/11
.. da
série: Coisas a dizer... para alguém que está por vir.)
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os direitos reservados ©
Olá,Moran!
ResponderExcluirO mais engraçado é que não percebemo quando ele chega, pois vem de mansinho sem alarde, mas nos toma por inteiro e quando percebemo somos um!
Passei muito tempo procurando, por mais que todos ao meu redor dissesem que não existia jamais deixei de acreditar, e sou feliz, prque me casei com meu amor verdadeiro.
Lindo seu texto!!
Obrigada pelas palavras, mas me considero tão somente alguém que busca sempre melhorar, e reconheço que tenho um longo e árduo caminho pela frente.
Beijos pra ti!!!Boa semana!
Espero que tenha tido um ótimo natal!E que tenha um Ano Novo repleto de amor, luz e muitas realizações!Obrigada!
Não sei ao certo o que seria ou como defini-lo, mas desejo que em 2012, o amor esteja presente em todos os seus dias,
ResponderExcluirAbraço
Gostei do texto...
ResponderExcluirEssas coisas fazem agente entender a grandiosidade do amor, e oue significa amar verdadeiramente. Muitas vezes nosso amor pode estar muito proximo e não percebemos, ou agimos de tal forma que ele se afasta.
Feliz Natal e Um ano novo com muito amor..
Abraços de sua colega blogueira
Belíssimo texto! =*
ResponderExcluirVim te desejar um 2012 repleto de amor, paz, saúde, felicidade e realizações. Que o ano que se aproxima te traga o melhor que a vida puder oferecer.
Abraços ;)