quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sob meu corpo nu...




Sim, eu poderia abrir as portas que dão para dentro, mas preferi trancafiá-las para que não entrassem nenhum amor bandido; venturas; muita perplexidade; muito prazer e muita dor; amores desperdiçados; íntimo devaneio; ardente luxúria; flores castas e delicadas, flores lilases, flores vívidas que logo murcham; ausente melancólica e angustioso desfalecimento. Para que estivesses mudo de sentidos, mudo diante de ângulos crepusculares de uma vida.


Não deu. Tu viestes - e arrombando as janelas, permitiu que entrassem todos as luzes noturnas, todos os insetos, teu olhar... E ali prevejo perigos, habilidades amorosas insuspeitadas, espantosas e mortais...e esplendor renascente.


Que os anjos escrevam salmos sob meu corpo nu agora...
(R. Moran)


* todos os direitos reservados ©

3 comentários:

  1. Nossa amigo, Estou me vendo novamente nesse seu outro texto, sensacional...Parabéns!

    Vou até levar emprestado também..rsrsr

    Aquele abraço!

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  2. Adorei seu blog
    to seguindo :D
    se gostar segue tbm:
    http://enredodeideias.blogspot.com/
    beeijo
    Feliz Natal e ótimo ano novo!

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  3. " Que os anjos escrevam salmos sob meu corpo nu" que imagem perfeita! Uma fusão do sagrado e do profano num pedido desesperado pra ser feliz. Um guardar-se consciente, uma chegada inesperada e uma súplica de amor tatuada sob o corpo nu... Dificil comentar tanta beleza!

    Amei!!

    Beijos

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Para mí, solo recorrer los caminõs que tienén corazón...